terça-feira, 8 de dezembro de 2009

SHADOWSIDE - ENTREVISTA





O ano de 2009 foi cheio de surpresas, como vários ícones do Metal e Rock ‘N’ Roll mundial passando por terras tupiniquins. Mas o metal nacional tem sua força e fez sua parte nesta história, e fez bonito diga-se de passagem, e quem mais se destacou sem duvida alguma foi a Shadowside, shows pela Espanha, Estados Unidos e é claro por várias regiões do país, e ainda emplacou o álbum “Dare To Dream” como um dos mais vendidos. A simpática vocalista Dani Nolden nos conta tudo sobre a trajetória da banda, as conquistas no ano de 2009 e ainda convoca todos os headbangers a comparecerem ao Benjamim Rock Bar dia 19/12/2009 em Piracicaba para o último show do ano, para que juntos possam fazer barulho e “incomodar” a vizinhança, confiram!
Por Edson F. Melo


01 - Por gentileza Dani, conte-nos um pouco da história da banda, para que os leitores que ainda não conhecem a Shadowside, possam conhecer um pouco da trajetória da banda.

Dani: Nós começamos oficialmente em 2001, como uma banda sem grandes pretensões. Éramos apenas um projeto de estúdio, que foi criado para registrar as idéias que tínhamos, mas acabou agradando e a banda foi tão bem recebida que em menos de um ano de estrada nos vimos abrindo para bandas como Nightwish e Primal Fear. Em 2006, lançamos o primeiro álbum completo Theatre of Shadows, seguido de uma turnê com o Helloween aqui no Brasil. Em 2007, começamos a preparar novo material, ao mesmo tempo em que nos preparávamos para a primeira turnê nos EUA. Desde então temos feito vários shows no exterior, bem mais que aqui no Brasil. Estivemos cinco vezes nos EUA e duas na Espanha. A turnê mais recente, promovendo o Dare to Dream, passou por esses dois países e por algumas cidades do Brasil, porém, ainda faremos mais alguns shows no próximo ano, tanto aqui quanto lá fora, antes de voltarmos ao estúdio para voltarmos nossas atenções para um novo trabalho.

02 - O ano de 2006 foi sem dúvida alguma marcado como um divisor de águas para a Shadowside, pois além do lançamento de “Theatre Of Shadows” (com mais de 2.000 cópias vendidas somente no Brasil), vieram também à abertura para a banda alemã Helloween, receberam vários prêmios em várias categorias da música como melhor banda, melhor álbum, melhor show e melhor vocalista. Dani como você reagiu e encarou tudo isso acontecendo ao mesmo tempo?

Dani: Apesar de terem sido “sonhadas”, todas as coisas que aconteceram naquele ano não eram esperadas, ao menos não tão cedo. Eu nunca pensei que algum dia estaríamos em listas de melhores do ano, porque não acredito que esse seja o objetivo de músicos e bandas. É algo legal quando acontece, mas nós estávamos focados em conquistar nossa base de fãs, em construir a estrutura da banda. Ninguém envolvido com a banda sabia como o disco seria recebido. Nós acreditávamos em nós mesmos, mas seria impossível saber com certeza que seríamos tão bem aceitos assim. A coisa foi meio assustadora e divertida ao mesmo tempo, começamos a trabalhar tanto que foi como entrar em uma montanha-russa. Eu me cerquei de pessoas da família e amigos para ter certeza de que eu não sairia da realidade, achando que nos tornaríamos o próximo Iron Maiden ou algo assim no final daquele ano (risos). Você precisa manter os pés no chão, saber que tudo é apenas o começo. E foi exatamente assim que vi as coisas, como um excelente começo de carreira que exigiria muito esforço para manter ou superar. É dessa forma que continuamos crescendo.

03 - Seguindo como uma locomotiva, o ano de 2007 vieram mais conquistas, como serem escolhidos entre mais de 1.000 bandas inscritas para o “AirPlay Direct All Things Digital Hard Rock / Heavy Metal Contest”, o interesse da Chavis Records em assinar com vocês e shows pelos Estados Unidos? Vocês imaginavam que tudo iria acontecer para vocês?

Dani: Não, nem mesmo planejamos sobre o que faríamos caso fossemos os vencedores porque não cogitávamos isso. Eu pensei que uma banda dos Estados Unidos seria a vencedora pela proximidade. É muito mais fácil trabalhar com uma banda que está inserida no mercado que com uma estrangeira. Quando os organizadores do concurso nos perguntaram se estávamos interessados em tocar no Indianapolis Metal Fest, que era parte do prêmio, nós já sabíamos do que se tratava e nos perguntamos quem seria louco de dizer “não” (risos). Alguns dias depois, eles nos avisaram que nós éramos os vencedores. Começamos a chamar atenção por lá, assinamos com a Chavis Records, tocamos no Indianapolis Metal Fest e fomos tão bem recebidos que no final daquele ano, que fizemos nossa primeira turnê internacional. Foi uma turnê curta para ver como seríamos aceitos em um mercado que costuma ser tão fechado. Tudo correu tão bem que saímos de lá com o convite para voltar e desde então temos feito ao menos uma turnê por ano pelos Estados Unidos.

04 - A versão americana de “Theatre Of Shadows” contém a faixa “Rainbow In The Dark” um cover de Ronnie James Dio, diga-me como surgiu a idéia deste cover?

Dani: Foi uma idéia da nossa primeira gravadora que eu aceitei imediatamente, já que várias pessoas comentavam que meu estilo lembrava um pouco o Dio. Achei que seria divertido tentar, eu nunca concordei com o que diziam, mas pensei que se ficasse um lixo nós simplesmente descartaríamos a gravação, sem mágoas (risos). Mas acabamos achando interessante, fizemos uma versão “Shadowside” da música, um pouco mais rápida e pesada. Eu me diverti muito gravando e enxergo essa gravação como uma forma de homenagem ao Dio. Ele não foi uma influência quando eu estava aprendendo a cantar, porque eu conhecia muito pouca coisa na época, tinha acesso apenas ao que meus primos me mostravam, mas eu tenho respeito e admiração por ele hoje. A voz dele é imortal e ele ao vivo parece algo simplesmente de outro mundo.

05 - O lançamento de “Dare to Dream, foi marcado com um show em Santos ao lado da banda Sepultura, que também estavam lançando o álbum “A-Lex”. Como foi essa festa de lançamento?

Dani: Na verdade, o lançamento do Dare to Dream foi no final de Junho, mas esse show foi o primeiro da turnê em Santos, que é nossa cidade natal. Foi uma experiência muito divertida e interessante, já que o Sepultura é uma banda completamente diferente de nós. No final acabou sendo uma festa de verdade, porque o público respeitou os dois lados e curtiu os dois shows, não existiu rivalidade alguma e eles ainda nos convidaram para participar de Roots Bloody Roots no final do show. Eu nunca me imaginei cantando com o Sepultura em toda minha vida (risos). Foi uma situação única e maravilhosa.

06 - “Dare To Dream” o novo álbum, rendeu a banda, shows pelos Estados Unidos e Espanha, e está entre os álbuns mais vendidos no Brasil, já era esperado esse sucesso?

Dani: É difícil saber o que esperar quando você está prestes a lançar material novo, então não, nós não tínhamos idéia de que ficaríamos entre os álbuns mais vendidos do Brasil, especialmente quando na lista também estão bandas como Iron Maiden e Heaven and Hell. Acho que isso nos mostra que estamos no caminho certo e que os fãs aprovaram o que fizemos no Dare to Dream. O que nós mais ouvimos dos fãs antigos, na maioria das vezes, é que eles preferem o que começamos a fazer no Dare to Dream, algo com identidade, maturidade, sem exageros, cru e com atitude. Nós sempre tivemos esse espírito, mas deixamos tudo isso mais evidente nesse nosso trabalho e não tenho dúvidas de que o próximo será ainda mais “abusado”, sem preocupações com tendências. Além de tudo isso, conquistamos muitos fãs novos, alguns que não gostavam de nós antes e outros que começaram a prestar atenção ao que estamos fazendo agora. Para mim, é um bom sinal de que acertamos na direção que escolhemos e fico feliz por estarmos sendo reconhecidos fazendo algo que gostamos tanto.

07 - Como foi à recepção por parte do público, tanto na Espanha, como nos Estados Unidos?

Dani: Foi excelente! Os espanhóis são bem parecidos com o público brasileiro. Eles são apaixonados e ficam insanos durante os shows! Também é sempre maravilhoso ver os americanos, que tem a fama de serem mais frios, perderem o controle naquelas passagens mais intensas. Em músicas como Illusions, vi algumas das rodas mais violentas que já aconteceram em um show nosso, pensei que alguém se machucaria, mas nada de ruim aconteceu. Eles já devem estar acostumados (risos). É um sentimento indescritível ver sua música cantada por pessoas de tão longe, usando camisetas com o nome da banda. É o tipo de coisa que há cinco anos atrás parecia inatingível e hoje está fazendo parte da nossa vida. Estamos trabalhando cada vez mais para dar certeza a todos e a nós mesmos de que não estamos conquistando tudo por acaso e que continuamos a merecer o carinho dessas pessoas.

08 - De 01 a 07 de junho, vocês fizeram uma promotour pelas principais cidades da Suécia e Dinamarca, para promover o álbum “Dare To Dream”, qual foi o resultado obtido com esta promotour?

Dani: Nós fizemos essa promotour para observar o mercado e tentar abrir algumas portas, felizmente, conseguimos atingir esse resultado. Conversamos com a imprensa local e fizemos o nome da Shadowside se tornar um pouquinho mais conhecido por lá, mas tudo isso é apenas o começo. Esse é um mercado difícil de atingir, especialmente por estarmos longe demais de lá e ser difícil trabalhar assim. Mas o mercado escandinavo é muito aberto a todos os estilos de Rock e Metal. Aqueles que estão nos conhecendo agora por lá gostaram muito do que ouviram e as vendas nessa região aumentaram. Vamos ver o que vai acontecer no futuro. Quem sabe alguns shows por esses países na turnê do próximo disco.

09 - O baterista Fabio Buitvidas sentiu algumas dores em dos braços, como foi a recuperação e preparação dele para a turnê americana?

Dani: Ele já está bem. Ele andava com algumas dores no ombro e a turnê americana exigiria demais dele, já que tínhamos shows praticamente todos os dias. Algumas semanas de descanso fizeram muito bem a ele. As baterias americanas sofreram muito quando ele voltou a tocar (risos).

10 - Já existem planos para um sucessor de “Dare To Dream” ou vocês irão continuar trabalhando na divulgação do mesmo?

Dani: Nós vamos trabalhar no Dare to Dream ao menos até o meio do ano que vem, quando o disco completará um ano de lançamento. É cedo para pensar em gravar material novo, apesar de nós estarmos em constante modo de criação. Nós já temos algumas coisas na cabeça, temos uma idéia de como será o próximo trabalho. Quando terminarmos a turnê do Dare to Dream, que ainda deve ter mais uma passagem pelos Estados Unidos e outra pela Europa, vamos nos trancar no estúdio e concentrar todas nossas energias no novo álbum.

11 - Quais são as maiores influências da banda?

Dani: Tudo e nada (risos). Nós escutamos de tudo! Cada membro da banda gosta de uma coisa diferente. Todos nós gostamos do que os outros escutam, mas temos nossas preferências. Fabio gosta de Tears for Fears e Slayer, Raphael de Duran Duran e Pantera, eu gosto de tudo isso, mas também adoro Disturbed, Rammstein. Todos nós gostamos dos clássicos, como Deep Purple, Judas Priest, Metallica. E se você escuta a Shadowside percebe que não soamos como qualquer uma dessas bandas. Nós não nos preocupamos muito com que tipo de som vamos fazer, então nossas personalidades e características se combinam e fazem Shadowside. Fazemos barulho e saia o que sair (risos).

12 - No dia 19 de dezembro está previsto um show na cidade de Piracicaba-SP, o que você pode nos adiantar sobre essa apresentação? Haverá alguma surpresa para os fãs presentes?

Dani: Sim, mas eu não posso falar porque então deixaria de ser surpresa (risos). Posso apenas dizer que faremos um show extremamente intenso, cheio de energia e estamos muito ansiosos por esse show. Será o último do ano e queremos que os fãs tenham nesse evento um excelente fechamento de ano completamente Heavy Metal. Convidamos a todos de Piracicaba e região para ir ao Benjamin Rock Bar e nos ajudarem a fazer barulho suficiente para incomodar a todos os vizinhos (risos).

13 - Um recado aos fãs.

Dani: Um grande abraço a todos! Espero que tenham curtido o Dare to Dream e não vejo a hora de vê-los no show. Espero que todos fiquem com dor no pescoço até 2010 (risos). Até lá!

Fonte: Heavy'Olution Metal

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