domingo, 3 de outubro de 2010

Hypocrisy protagoniza o melhor show de metal extremo de 2010 até o momento

Hypocrisy protagoniza o melhor show de metal extremo de 2010 até o momento

Texto por Costbábile SS Jr.
Fotos por Cynthia Marangon/Agenda Metal


Todo fã de Heavy Metal que fez a lição de casa tem a obrigação de saber quem é Peter Tägtgren. E pelo jeito, muita gente estudou direitinho e passou de ano com louvor. Prova disso, foi que em plena quarta-feira, 22 de setembro, o Carioca Club ficou praticamente lotado para conferir ao vivo uma verdadeira aula de um dos mestres mais influentes da música extrema mundial.

Peter Tägtgren mostrou diante de uma plateia ensandecida como é que se faz o verdadeiro Death Metal sueco. Após tantas atrações provenientes da Escandinávia, que aterrissaram nos últimos por aqui, vide os casos de In Flames, Amon Amarth, Opeth, Dark Tranquillity, Deathstars, Dismember, Arch Enemy, Evergrey e Tiamat, o Hypocrisy mostrou que não fica devendo em nada para seus conterrâneos. E, apesar do voo de aproximadamente 36 horas e o extravio de todo o seu equipamento, o grupo realizou uma performance devastadora, que simplesmente fez valer os 20 anos de espera. Todas as músicas foram exaltadas e, do começo ao fim, os fãs evidenciaram a sua devoção pela banda inclusive quando executaram músicas com uma pegada "experimentais".

A abertura ficou por conta da banda brasileira Genocidio, que está em plena divulgação do belo "The Clan". Apesar dos diversos problemas com o som embolado, Murillo Leite (vocal/guitarra), Dennis Decurion (guitarra), Wanderley Perna (baixo) e Fabio Moyses (bateria) souberam lidar com as diversidades e não desanimaram. O quarteto mostrou que não estava pra brincadeira e mandou um Thrash/Death "de responsa". O final da apresentação ficou registrado com um desnecessário cover de Black Magic, do Slayer. Afinal, o público já havia dado um feedback positivo em relação às suas próprias músicas.

Assim que os brasileiros saíram de cena, as cortinas se fecharam, a atenção de todo público ficou toda voltada para o telão da casa, que exibia o clássico Santos x Corinthians, ou seja, os técnicos poderiam trabalhar tranqüilamente, pois a galera estava muito bem entretida. No entanto, Peter Tägtgren (vocal/guitara), Tomas Elofsson (guitarra), Mikael Hedlund (baixista) e Reidar Horghagen (baterista, Immortal) não quiseram esperar pelo intervalo da partida e logo deram um fim a paixão nacional.

Às 22h, finalmente chegara a hora de um dos momentos mais esperados pelos fãs da música extrema. Após 20 anos de carreira, o Hypocrisy enfim realizou a sua premierè no Brasil. A “A Taste Of Extreme Divinity South America Tour” deu o pontapé inicial com duas músicas de seu mais novo álbum “Valley Of The Damned” e “Hang Him High”, seguida por “Fractured Millenium”.

A aquela altura, entre mortos e feridos, os fãs mais queriam é que Peter e seus comandados bombardeassem seus ouvidos com diversas explosões sonoras. E assim o fizeram: A clássica “Adjusting The Sun”, do maravilhoso álbum The Final Chapter (1997), estremeceu o Carioca Club.

Porém, na sequencia, a situação ficu ainda mais caotica. Os suecos resolveram voltar inicio de carreira e mandaram um medley devastador com “Pleasure Of Molestation/Osculum Obscenum/Penetralia”. Muitos dos presentes, que acompanham a banda desde o inicio, pareciam não acreditar no que estavam vendo e ouvindo.

Felizmente, e para sorte dos fãs, Peter foi inteligente e elaborou um repertório com as principais composições da sua gigantesca discografia sem deixar de promover o novo "A Taste Of Extreme Divinity". Com certeza, esse detalhe foi apenas um dos aspectos para tornar aquela noite inesquecível.

O grand finale ficou para o bis, protagonizado por “The Final Chapter”, “Warpath” e a "Enter Sandman" do Hypocrisy, “Roswell 47”.

Foram quase duas horas do mais puro e genuíno metal extremo. Apesar da performance um tanto estática, a banda matou a pau! Peter é um verdadeiro monstro. Se em estúdio ele já faz absurdos, ao vivo, é praticamente um ser de outro mundo. O cara simplesmente é extraordinário. O seu companheiro de cordas Tomas Elofsson também não fica muito longe e mostrou muita técnica durante toda a apresentação. O baixista Mikael Hedlund alem de agitar, toca muito. Já Reidar Horghagen foi outro que deu um show à parte. O enorme baterista debulhou o seu kit sem a mínima piedade. Quando o músico é bom, não adianta máscaras ou coisa parecida. A pegada peculiar de Horghagen é inconfundível.

Até o momento, na minha opinião, o Hypocrisy fez o melhor show de música extrema do ano! Será que teremos alguém capaz? Duvido!

Set list Hypocrisy
Valley Of The Damned
Hang Him High
Fractured Millenium
Adjusting The Sun
Eraser
Pleasures Of Molestation / Osculum Obscenum / Penetralia (Medley)
Killing Art
Apocalypse/$th Dimension
A Coming Race
Let The Knife Do The Talking
Weed Out the Weak
Fire In The Sky
Bis
The Final Chapter
Warpath
Roswell 47

Agradecimento: Julio Viseu - Rádio & Tv Corsário

Fonte: The Ultimate Press e Portal Rock Press