domingo, 25 de abril de 2010

Entrevista - Raphael Mattos guitarrista da Shadowside

Mestre das seis cordas da banda Shadowside, Raphael Mattos é destaque da revista Guitar Player, foi eleito entre os dez melhores guitarristas do Brasil, segundo pesquisa da revista Roadie Crew, e para sabermos mais sobre sua carreira e seus planos, marcamos uma rápida entrevista com ele. Confiram!

Por Edson F. Melo

Raphael, recentemente, você ficou entre os dez melhores guitarristas do Brasil, segundo uma pesquisa realizada pela revista Roadie Crew, além de ser destaque na revista Guitar Player. O que isso representa para você?

Raphael Mattos: É uma coisa muito engraçada, porque todo ano eu costumava votar nesta eleição e agora eu pude votar em mim. Eu pensei que somente ia angariar um voto, ou seja o meu, mas brincadeiras a parte, fiquei muito lisonjeado por ter sido lembrado pelos fãs. Isso é sinal de que o meu trabalho está sendo recompensado e espero poder figurar outras vezes nesta lista que considero uma das mais importantes do segmento no país.

Uma pergunta que não quer calar, quando e como foi o momento em que você decidiu. “Quero ser guitarrista”, aquele momento em que você pegou uma guitarra na mão e disse “é isso que eu quero”?

Raphael Mattos: Na verdade, são vários os momentos em que tive vontade de aprender a tocar o instrumento. Aos 9 anos, ganhei um violão do meu tio, mas que não tinha todas as cordas. Então, comecei a fazer o que podia com ele e tirei alguns riffs, mas foi só. Foi somente aos 14 anos que ganhei uma guitarra de um amigo do meu pai e então minha mãe reconhecendo meu potencial resolveu me matricular em um conservatório musical. A partir daí eu nunca mais parei.

Qual foi o primeiro álbum que você ouviu e que firmou seu gosto pela guitarra, aquele que mudou sua vida para sempre?

Raphael Mattos: O primeiro mesmo eu não me recordo, porque escuto rock desde que nasci. Parece papo de jogador de futebol, mas meu pai e minha mãe sempre gostaram muito de rock então eles me influenciaram a apreciar o gênero. Mas o que mudou minha vida e fez eu me interessar por guitarra foi o Burn, do Deep Purple. Na verdade, foi graças ao show que eles fizeram em 74 chamado California Jam que meu pai tinha em vídeo e que o Blackmore dá um show a parte no final da Space Trucking. Foi este vídeo que me fez ir atrás do Burn.

Quais são suas influências musicais?

Raphael Mattos: Por incrível que pareça, Ritchie Blackmore não faz parte das minhas influências. Ele foi o principal motivo de eu começar a tocar, mas eu não segui muito seu jeito ou estilo. Eu parti para um lado mais Hard Heavy e um pouco mais virtuoso. Gosto muito do Andy Timmons (ex-Danger Danger), Nuno Bittencourt (Extreme), Matias Jabs (Scorpions), Randy Rhoads (Ozzy) e Dimebag Darrel (Pantera).

Recentemente pude ver uma apresentação da Shadowside, e lá ficou bem claro, seu lugar é nos tablados. Como é para você estar no palco, sentir a energia da multidão?

Raphael Mattos: Eu me sinto muito bem no palco. Desde a primeira vez que subi no palco, senti que era aquilo que eu queria pelo resto da minha vida. Acho estranho quando converso com alguns músicos e eles dizem que se pudessem ficariam somente em estúdio e longe dos palcos. Afinal, acho que todo mundo que começa a tocar algum instrumento é porque teve vontade de se apresentar, de sentir a platéia gratificada, gritando, curtindo e sentindo o poder da sua música.

Logo de cara quando você entrou na Shadowside, já teve de encarar shows e festivais pelos Estados Unidos. Como foi esse desafio?

Raphael Mattos: Foi o principal motivo de entrar na banda. Quando fui chamado e me disseram que teríamos um show nos EUA em algumas semanas, não pensei duas e aceitei o desafio. Tocar no exterior era um sonho que tinha desde criança. Eu lembro de ficar vendo os vídeos de shows de bandas como Deep Purple, Black Sabbath e The Who e ficava me imaginando fazendo turnês pelo mundo todo. Hoje o meu sonho é a minha realidade. Vivo o meu sonho e sou muito feliz e realizado por isso.

Falando sobre apresentações, como foram as apresentações pela Espanha?

Raphael Mattos: Foi incrível! Nesta última turnê pela Espanha pudemos comprovar que a nossa música está invadindo cada vez mais o Velho Continente e percebemos que estacamos ficando cada vez mais conhecidos por lá. A imprensa nos deu a devida importância e o público espanhol é tão apaixonado pela música quanto nós. A atitude é praticamente a mesma. Os caras agitam o show inteiro, gritam os mais diversos elogios à Dani (risos) e depois de comprar o seu CD ou a camiseta da banda, fazem questão de conversar com você, tirar foto, pegar autógrafo e tudo mais... Espero voltar logo, porque é um ótimo país e sempre nos divertimos muito.

Qual ou quais as músicas que te dá mais prazer, que você mais gosta de tocar nos shows?

Raphael Mattos: Gosto muito de tocar a Nation Hollow Mind, porque a gente costuma abrir os show com ela e é quando acontece o primeiro contato com o publico. É quando você sente se você vai ter eles nas mãos ou vai ter que conquista-los. Outra preferida é a Baby In The Dark, pois gosto de tocar os riffs e os solos dela. É talvez a música que tenha meu solo favorito.

Joe Satriani, foi o “mestre” das seis cordas, o professor de vários guitarristas famosos ao redor do mundo como: Alex Skolnick, Kirk Hammet e Steve Vai. Se você pudesse ter tido um professor desse porte, quem você apontaria? Quem seria esse mestre das seis cordas para você?

Raphael Mattos: Falar de um só é complicado. Eu acho que eu aprenderia um pouco de blues com Steve Ray Vaughan, de rock com o Van Halen e de Metal com o Dimebag.

Antes da Shadowside, você já havia tocado em alguma outra banda?

Raphael Mattos: Eu ainda tenho minhas bandas de covers, que são o meu passatempo quando não estou na estrada com a Shadowside. Faço Pantera (Dente Preto), Scorpions(Scorpions Cover Brasil), Audioslave e Soundgarden (Soundslave). Tenho também um Nevermore (Born) e um Judas (The Ripper) que estão parados. Eu toquei numa banda de Heavy Melódico chamada Dreamland, que chegou a gravar um disco, mas que nunca foi lançado e o Kvork, que era uma banda de Prog Metal, mas que acabou, porque o vocalista foi morar na Inglaterra.

Você tem algum plano ou projeto para o futuro? Quais são?

Raphael Mattos: Tenho sim, mas somente depois de gravar o terceiro álbum da Shadowside. Minha prioridade no momento é focar nas novas composições da banda. Provavelmente, grave algo do Kvork, pois o material era realmente muito bom e grave algo totalmente diferente do que faço hoje na Shadowside.

Existe algum país em que você sonha conquistar os palcos?

Raphael Mattos: Claro todos os outros que eu não fui ainda, mas principalmente os países escandinavos. Afinal, a melhor safra de bandas novas são oriundas de lá e se conquistarmos esse publico simplesmente iremos ratificar que estamos indo muito bem.

Raphael para finalizar, mande um recado aos fãs e leitores.

Raphael Mattos: Muito obrigado aos fãs da Shadowside por todo apoio ao nosso trabalho. Se hoje somos uma banda forte é por causa da atenção dessas pessoas. Agradeço também a vocês pelo espaço e por manterem o Rock e o Metal vivo. Espero um dia conhecer todos na estrada. Confiram o nosso novo videoclipe em Keep On Rocking!

Mais uma vez gostaria de agradecer pela entrevista, muito obrigado e boa sorte.


Maiores Informações:

www.shadowside.ws
www.myspace.com/shadowsideband

Fonte: Heavy'Olution Metal
http://heavyolution-metal.blogspot.com/
http://www.myspace.com/heavyolution






Daemon Ross - Entrevista

De notável talento, mas ainda pouco conhecido no país, Daemon Ross essa figura hilária do Rio de Janeiro, já esteve ao lado de lendas do rock ‘n’ roll mundial como Tony Martin e Doogie White, além de ter participado de importantes bandas do cenário carioca. Para sabermos mais sobre esse grande guitarrista, consegui falar com ele, num papo descontraído. Confiram!

Por Edson F. Melo.

Daemon, antes de começarmos, gostaria de agradecê-lo pelo tempo cedido a esta entrevista, muito obrigado.
01 - Daemon você é uma das figuras mais ilustres do Rio de Janeiro, quando é que surgiu o desejo pela guitarra na sua vida?

R: Que isso cara... Só se for um ilustre desconhecido! (Risos).
Essa história é longa quantas páginas eu tenho? Bem, sendo bem resumido, eu sempre ouvi os discos dos meus pais (é eu sou da época do LP, vulgo bolachão) que tinha muita coisa de Beatles, Simon and Garfunkel e ainda coisas da Motown como Jackson 5, tinha Stevie Wonder... enfim bastante coisa. Quando era criança eu tentava tocar piano quando ia até a casa de um primo mais velho e até mostrava algum talento, mas quando meu primo falou que ia me ensinar minha mãe vetou: “músico nem pensar!” se deu mal. Virei guitarrista! (Risos)

O primeiro som de guitarra que me chamou atenção foi o “Division Bell” do Pink Floyd e eu fiquei curioso querendo saber que som era aquele em “Marooned” meu tio disse “é uma guitarra” e somente anos depois eu descobri que era de fato uma Slide Guitar. (Risos)

Então embora eu tenha sempre sido inclinado à música eu nunca cheguei a tocar até bem tarde. Comecei aos 16 como baixista e aos 18 eu decidi virar guitarrista depois de ouvir os solo de “Mr. Crowley” no disco “Tribute To Randy Rhoads”. Ele é uma das minhas maiores influências até hoje. Nessa época eu já ouvia muito Purple, Sabbath, Rainbow, Whitesnake e era um “maiden maníaco” de saber até a duração de cada música do Maiden até o Seventh Son! Enfim já estava encaminhado! (Risos)

02 - Sei que você é integrante das bandas Neutralis, Prophecy, Painside e ainda atua no cenário como guitarrista freelancer. Como você consegue conjugar todos esses trabalhos?

R: Não consigo! Além de todos esses trampos ainda tenho que me sustentar e eu não vivo de música, apesar de ser meu sonho. Então as coisas comigo são totalmente caóticas! Na ordem que vai aparecendo eu vou fazendo!!! (Risos)
Eu tinha parado de tocar para levar a faculdade a sério. Conseguir um emprego e tal. Fiquei parado por uns três anos até que a “Neutralis” me “trouxe das cinzas”. O Flaveus além de um cantor fantástico se tornou um dos meus melhores amigos, tanto que me dói não poder fazer mais parte da banda. Temos dois trabalhos gravados juntos e um ainda está par ser lançado. Com o “Prophecy” eu gravei o “Legions” que é um disco que adoro e pude trazer a tona meu lado “Thrash”. Nós participamos do “Wacken Metal Battle” em 2008, chegamos à final, porém não levamos. Pela primeira vez eu senti que uma banda ia “engrenar”. Queria levar a banda mais profissionalmente, mas não era a prioridade do resto da galera, enfim depois disso, chegamos à conclusão que era melhor eu seguir meu caminho. O “Painside” eu entrei porque o Carlos (Saione, guitarrista do Painside) foi meu companheiro no “Neutralis”. A banda acabou de lançar o “Dark World Burden” pela gravadora sueca “Inner Wound” (que tem no seu cast artistas como Giant, Winger e Jorn Lande) na Europa e USA tem um som bem porrada e ousado, participações de Gus Monsanto (Revolution Renaissance), Chris Boltendahl (Grave Digger), Renato Tribuzy (que também produziu o disco) e dessa vez eu espero que engrene apesar das dificuldades da cena atual!!! (Risos)

03 - Em 2009 você excursionou com Tony Martin comemorando vinte anos de lançamento do clássico álbum “Headless Cross” do Black Sabbath. Conte-nos como foi participar dessa gig, fazer parte dessa festa?

R: Nem me lembre. Foi lindo. Eu sempre fui fã do Tony. Já sabia tocar todas as músicas do “Headless Cross”, “Tyr” e do “Cross Purposes”. Sempre que entro numa banda eu pergunto se o vocal gosta do Tony. Se não for fã eu caio fora!!! (Risos)
Foi a primeira gig que eu realmente fui tratado como profissional, tive que viajar de avião, aprender a processar a gol por detonar meus cases, tinha que lidar com horários, parar de dormir... essas coisas... Tocar as músicas do “Headless Cross” com o cara que gravou o CD o teu lado é muita responsabilidade. Só faltou fazer o aniversário do “Tyr” no ano seguinte que seria mais especial ainda, porque foi o primeiro LP que eu comprei com a minha grana.

04 - Essa participação deve ter sido incrível para você, como surgiu esse convite?

R: Com certeza. Eu falo com o Tony por e-mail uma ou duas vezes por mês e ainda fiquei amigo dos outros músicos da banda dele, que não vieram na turnê, o Jamie (Mallender, baixista) e Rolf (Munkees, guitarrista) caras muito legais mesmo. Quanto ao convite, foi caótico...
Um amigo de muitos anos, David, tem uma banda tributo ao Maiden. Na verdade nós tivemos bandas de tributo ao Maiden numa mesma época e lugar, aliás minha primeira banda “Dreamscape” começou tocando covers de Maiden e depois Helloween, Judas Priest, Stratovarius...eu sei que é nome de banda de prog metal e tem 50 bandas com esse nome mas foi o que a gente arranjou! Imagina...enfim, até hoje ele toca com essa banda e uma bela noite no MSN ele vem me perguntar se eu conhecia um guitarrista que tocasse Maiden.... eu: “Porra David, tá de sacanagem? Para de mandar verde, qual o repertório?”. Ele me mandou uma lista com 12 músicas. Eu disse: “Quando é o show?” ele: “amanhã de tarde!”. Normalmente um cara sério não topa uma furada dessas, mas era isso ou ficar em casa vendo o Faustão. Virei à noite botando as músicas no dedo (não lembrava mais nada) e fizemos a gig. Foi lá que eu conheci o Rodrigo (Scelza) que além de produtor de shows canta muito e estava na mesma furada que eu! Sem ensaiar! Um tempo depois ele estava precisando de mais um guitarrista pra fazer o Tony e perguntou se eu queria fazer. Ele mandou meu material pro Tony e ele aprovou e foi isso. Foi uma furada que deu certo. (Risos)

05 - Não só no lado profissional, mas também no pessoal, isso acrescentou algo em sua vida e formação de músico?

R: Totalmente. Hoje eu sei que músico se forma no palco. Se você não toca ao vivo toda semana não entra em forma. Vai sempre tocar 20% do que consegue em casa, sentado e no conforto. Então se você for guitarrista tente treinar em pé na maioria do tempo, agendar shows, se não tiver show toca pra vizinha, pro cachorro, qualquer um. (Risos)
No lado pessoal é muito bacana você conviver com um cara que é seu ídolo de infância, o cara tocou na maior banda de metal, teve o maior sucesso, e ainda sim é um cara humilde, gente boa, trata todo mundo bem.

06 - Como foi à convivência com o Tony durante a turnê?

R: A melhor possível. Ele é um cara muito engraçado. Ficávamos imitando o Achmed - terrorista morto. Ele sabia todas as falas e eu também! (Risos)
Você não me perguntou do Danny “precisa de presunto” Needham! É o batera mais presença da face da terra! Só ele já vale o ingresso. Depois de um show eu ouvi um comentário: “Todo mundo tinha que sair e pagar ingresso de novo só por causa desse batera”. Totalmente correto! Outro cara fenomenal que estamos esquecendo de falar é o Geoff Nicholls. O cara é uma lenda. Apesar do sotaque complicadíssimo, ele me contou várias curiosidades sobre o Sabbath. Em troca, eu o viciei em guaraná. Ele tocou em São Paulo com uma lata em cada bolso! (Risos)

07 - Durante essa turnê, alguma música foi surpresa para você?

R: “Feels Good To Me”. Quando recebi o repertório não acreditei. Foi à trilha sonora de uma das maiores decepções amorosas da minha vida e tive que tocar. Coisas da vida... (Risos)
E pior, acabou sendo meu “teste” pra entrar na banda. Tipo batismo de fogo. No fim do primeiro ensaio ele quis tentar a música e perguntou se eu ou o Davis (Ramay, outro guitarrista da turnê) tínhamos tirado o solo do início. Acabou sobrando pra mim..., então eu tinha que começar a música junto com o Geoff Nicholls. Estava na frente de alguns amigos e com o Tony olhando direto pra mim. Eu fechei os olhos rezando pra não errar e mandei. Lembrei do que tinha passado e foi tudo na hora. Quando abri os olhos todo mundo estava com cara de choro e o Tony disse rindo: “Ok you got the gig”.

08 - Na primeira semana de março de 2010, você excursionou com Doogie White na “As Yet Untitled Tour 2010”, e sobre essa participação, o que você pode nos contar?

R: Doogie White é o cara mais rock ‘n’ roll do mundo! O cara é fenomenal. Ele veio com a esposa meio que de férias, na onda de aproveitar. Fez bastante turismo. Ele gosta de sair vagando pela cidade, à toa! Quando chegou ao Rio eu disse “cara não faz isso aqui, mas se não tiver jeito vai sem relógio, de chinelo e fica esperto”, mas ele já tava andando que nem um pescador feliz da vida. Dessa vez foi mais tenso porque eu estava sozinho, não tinha outro guitarrista pra dividir a “responsa”. Eu tive que emular Ritchie Blackmore, Yngwie Malmsteen, Rolf Munkees..., são estilos e pegadas diferentes... Mantive o máximo que pude do original e acho que consegui mostrar um pouco de quem eu sou. Música é o espelho da alma (não os olhos) quando você toca há alguns anos não dá pra esconder quem é.

09 - Doogie White lhe apresentou durante todos os shows como "The Devil Himself", de onde surgiu esse pseudônimo, digamos esse “apelido carinhoso”?

R: Deve ser por causa dos meus lindos olhos azuis.... (Risos). Pior do que isso, ele mudou o sobrenome de todo mundo para escocês e até hoje morro de rir quando lembro. Ele chamou o Léo (Pagani. baterista) de “Léo Mcleod” ...esse aí não morre nunca mais! No segundo show, antes de falar o nome escocês de cada um, ele contou sobre a cidade escocesa de onde cada teria vindo. Na minha vez ele abre com:“ From...mhum...HELL! The Demon himself!!!!” Eu errei a música toda depois disso. (Risos)

10 - Ao final de uma gig, qual é o sentimento que fica?

R: Saudade. Estrada cansa, mas vicia. Você quer descobrir o quanto agüenta, até onde pode chegar. O primeiro show de uma gig é sempre uma merda e a banda vai se acertando com o tempo. Quando estávamos nos encontrando no palco, a gig começando a fluir, acabou. Foram apenas três shows.

11 - Como surgiu esse convite, de poder tocar junto com Doogie White?

R: Da mesma maneira que do Tony, mas sem a “furada” de antes!

12 - Qual das turnês foi a mais empolgante no seu ponto de vista?

R: A com o Doogie teve um show a mais e teve no Rio, mas a como Tony teve aquela coisa do fã. Difícil escolher. Fiquei muito mais fã do Doogie depois que o conheci. Acredito que foi o mesmo com todo mundo. Em São Paulo alguém deu um bolo pra ele, no meio de “Long Live Rock ‘N’ Roll” se não me engano, era aniversário de 50 anos dele. Quando foi atender os fãs para dar autógrafos, ele deu um pedaço pra cada um. É o tipo de cara que ele é. Um exemplo. Ficamos lá até quase de manha e ele voltou ao palco umas três vezes pra cantar com o Purplestorm. Quem não foi perdeu um showzaço. Com bônus tracks.

13 - Vou te deixar em maus lençóis agora, existe alguma banda ou artista que você nunca trabalharia?

R: Existe. Yngwie Malmsteen. O cara toca mais do que todo mundo, não dá nem pra pisar no mesmo palco que ele. (Risos) to brincando. Se for metal eu to dentro. Mas principalmente, banda pra mim tem mais um sentido de amizade. Pra mim o espírito é esse de você estar com pessoas que você confia, que são seus amigos, dividir os perrengues, se divertir. Por isso que eu não vivo de música. Não consigo tocar um som que eu não goste só pra ganhar dinheiro. Eu tentei, mas não rolou. Não é a minha. Prefiro ter um emprego porcaria e reservar as horas que eu toco guitarra pra ser feliz. O dia que tocar virar só um trabalho, pra mim perdeu o sentido. Largaria.

14 - Vamos falar um pouco das suas bandas, atualmente você está envolvido em quais bandas do cenário carioca?

R: Atualmente só a PAINSIDE. Mas agora eu enrolado pra defender minha tese de mestrado e to correndo atrás de grana. Voltei a dar aulas de guitarra. Alguém aí encara? Sei fazer o Mi – dó – Ré direitinho!!! (Sequência de acordes que está em 90% das músicas do Maiden) (Risos)

15 - A parte instrumental do EP da banda Neutralis já está gravado, tem uma previsão para o lançamento?

R: Era pra ter saído ano passado. Acho que esse ano vai. Tem a mixagem e master pra fazer. Tivemos propostas pra fazer isso na Alemanha, mas a grana tá curta e vai ser por aqui mesmo. Quem está cuidando disso mais diretamente é o Flaveus.


16 - Eu recebi alguns samples das músicas, elas estão bem diversificadas, quais são suas maiores influências?

R: Isso muda com o tempo, mas basicamente qualquer cara que faça uma boa “pentatônica”! Além dos que citei anteriormente tem o Paul Gilbert. Eu adoro Racer-X. No Brasil eu adoro o Edu Ardanuy. Queria poder fazer aulas com ele.

17 - Como surgiu o slogan “Guanabara Bay Area Thrash Metal... mais Bay Area que San Francisco!”? (Risos)

R: (Risos). Foi uma brincadeira que surgiu na época do “Prophecy”. Todos nós moramos na Ilha do governador, que é no meio da baía de Guanabara. Aqui tem muitas bandas boas como o Stalker (Power metal) e o Warfx (thrash metal) que está indo pra semi-final do concurso pro WACKEN este ano. A água da baía é podre, mas gera banda boa rapaz!!!

18 - Apesar da brincadeira, isso prova que o Rio de Janeiro não é só carnaval, diga-me Daemon, como é o cenário metal no Rio?

R: Eu posso falar mais da capital. Não sei o que é, sei o que eu vejo. Sei que fora do eixo da capital tem tido mais shows, principalmente na região dos lagos. A maioria dos eventos aqui é de pequeno porte. Na zona oeste temos o “Fullmetal” e os eventos da “Rio Metal Works” que acontecem com certa freqüência. Nós temos alguns points fixos como o Heavy Duty, a pizzaria Heavy e Rock na lapa, e um bar chamado Calabouço, na tijuca, que é o meu favorito. Tem show lá umas 4 vezes por semana e o formato varia entre acústico, elétrico, de todos os estilos. Aqui no Rio acontece algo que eu adoro: 80% das bandas são autorais ou apresentam músicas próprias em seus shows. Claro que existem bandas tributo, mas a maioria faz covers junto com material original. Originalidade é tudo, qual é o sentido de viver senão encontrar seu lugar no mundo? Você escolhe o caminho que quiser, mas o meu é Heavy Metal! O que eu não gosto hoje em dia é que a cena está infestada de festinhas “Rock” com DJ. Nada contra a festa em si. Mas essa galera não prestigia mais as bandas salvo raras exceções, O resultado disso que quem produz shows com bandas pequenas passa perrengue, fica sem grana, e quem produz cultura, quem é original, fica na merda.

19 - O que mais te deixa indignado dentro do meio “metálico”?

R: Eu não chego a ficar indignado, mas agora a moda é ser “rockeiro de internet” e esperar o “Bootleg”. Em vez de ir à porra do show o cara fica esperando sair no youtube! (Risos). A cena enfraquece pra todo mundo. Fica difícil trazer artistas consagrados ou pagar as bandas locais. Eu não creio que seja só aqui. Hoje mesmo conheci um cara de uma banda da Itália que me contou a mesma história! A diferença é que mesmo assim, lá uma banda de médio porte, como ele me disse, ganha 350 euros por gig. Aqui no Brasil, na maioria dos lugares e eventos, é um tapinha nas costas e um muito obrigado. Isso se agradecerem.

20 - Planos para o futuro?

R: Estou tentando me capitalizar pra ativar o DAEMON’S VAULT. Não é banda solo, nem “Metal Opera”. É o espaço que eu estou reservando pra compor e gravar com pessoas que eu admiro e com pessoas que admiram meu trabalho. O formato é diferente. A idéia é juntar alguns riffs e quando eu sentir que tem o perfil de alguém, chamar pra compor e gravar. É um lance entre amigos, mas é aberto à novos membros. Se você é músico e por acaso tá afim de gravar algo comigo esse é o projeto. Rolando o “espírito do rock” a gente arruma um jeito de fazer. Vai ser um lance mais de Home Studio mesmo, mas a condição é que ou disponibilizaremos pra download free ou venderemos os mp3 online e doaremos a grana pra caridade, se rolar alguma. Alguns caras famosos já toparam gravar pra chamar atenção ao projeto, mas meu interesse é em quem está na mesma situação que eu, já batalhando há algum tempo e procurando um estilo próprio. Também pode ser que o cara já tenha uma música bem certinha aí a gente trabalha nela e põe no projeto.

21 - Um recado aos fãs do seu trabalho

R: Lembrem-se por que se apaixonaram por este estilo em primeiro lugar. Toque o que goste, procure sua música. Eu estou na estrada procurando a minha se nos encontrarmos no caminho, vamos tomar uma cerveja! Se precisarem de mim é só falar. Eu ainda acredito na “União do metal”... Tem alguém aí??? Alô? Acho que estou ouvindo o eco... (Risos)

22 - Gostaria de acrescentar algo?

R: Quero. Põe aí um limão, um gelinho, uma cachaça... (Risos).

(Risos) Bom Daemon, mais uma vez agradeço o seu tempo para esta entrevista, muito obrigado e boa sorte com seu projeto Daemon’s Vault


Mais Informações:

http://www.myspace.com/daemonsvault


Fonte: Heavy'Olution Metal
http://heavyolution-metal.blogspot.com/
http://www.myspace.com/heavyolution

Slasher: grande campanha para disputa do W:O:A Metal Battle/Campinas! Entre junto nessa batalha!

Com menos de 2 anos de existência a banda itapirense de Thrash Metal, Slasher, vem colecionando resultados expressivos desde o lançamento do seu primeiro EP, Broken Faith, em 2009. Atraiu a atenção de rádios, revistas e blogs do mundo todo, rendendo críticas extremamente positivas e destacando-se nas principais mídias Rock/Metal do país.

No início de 2010, a banda renova-se com a entrada do baterista Taddei e segue a todo vapor trabalhando nas composições que irão fazer parte do seu primeiro full lenght, Pray For The Dead, previsto para o segundo semestre de 2010. O CD será produzido por Ricaro Piccoli no Piccoli Studio. A capa do álbum já está pronta e promete surpreender a todos. Ela ficou a cargo do artista francês Stan W-D.

A banda Slasher convida todos a participarem juntos desta primeira batalha no dia 02 de maio (domingo) a partir das 16h no Sebastian Bar em Campinas/SP. O público participa da escolha através do voto. Mais detalhes e cartaz do evento em : http://www.rocknow.com.br/?p=1578


TRANSPORTE GRATUITO PARA O EVENTO! VOCÊ ESTÁ CONVIDADO.
Com iniciativa da banda e o apoio indispensável do vereador itapirense Cleber Borges foi possível a conquista de transporte totalmente gratuito, um ônibus com 48 lugares para este grande e histórico evento. Devemos citar também o apoio do mantenedor do Portal Megaphone, Pinna´s e do organizador de eventos Leandro Sartori, que se prontificaram e se mobilizaram de diversas formas em prol da banda.

Transporte Itapira/Mogi Mirim/Campinas ida e volta. A entrada para o evento no Sebastian Bar custará R$ 13 e é preciso ser maior de 18 anos. Reserve seu lugar através do email rocknow@rocknow.com.br ou slasher@slasher.com.br ou junto a um dos integrantes da banda. Prazo limite para reserva: dia 28/04, vagas limitadas.

O ônibus sairá da Praça Bernardino de Campos - Itapira - SP às 13h30, passando também pela rodoviária de Mogi Mirim com destino direto ao local do evento.

NOVA LINHA DE CAMISETAS SLASHER!
Clique aqui e veja os modelo. Normal, babylook fem. e manga longa.
PROMOÇÃO: Desconto de R$5 no valor da camiseta para quem for no ônibus da seletiva.

LANÇAMENTO DO NOVO SINGLE “TIME TO RISE”
Nova música, demonstrando toda evolução da banda desde o EP Broken Faith. Mais trabalhado e agressivo. Uma pequena amostra do que está por vir no full lenght Pray for The Dead, escute em www.myspace.com/bandaslasher.
PROMOÇÃO: O EP Broken Faith edição especial, contendo a faixa do novo single Time To Rise, custará apenas R$5 para quem for no ônibus da seletiva.

VISITE:
NOVO Site Oficial: www.slasher.com.br
Myspace Oficial: www.myspace.com/bandaslasher
Contato: slasher@slasher.com.br
Faça parte da nossa comunidade no orkut:
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=1767488


PRÓXIMOS SHOWS:
Dia 22/maio - Rock Now Fest Mogi Mirim na Casa do Rock (Slasher, Collapse NR, Medofobia e Barbária)
Dia 05/Junho – Pirata´s bar Indaiatuba (Slasher, Kliav e Barbaria)


SLASHER AGRADECE IMENSAMENTE O GRANDE APOIO:
ROCK NOW, PORTAL MEGAPHONE, ASB AMPLIFICADORES, STAN W-D METAL DESIGN, PICCOLI STUDIO, REDMÍDIA, DC STÚDIO, VEREADOR CLEBER BORGES E EQUIPE CLUBE ROCK

Fonte: Rock Now - www.rocknow.com.br