domingo, 25 de abril de 2010

Entrevista - Raphael Mattos guitarrista da Shadowside

Mestre das seis cordas da banda Shadowside, Raphael Mattos é destaque da revista Guitar Player, foi eleito entre os dez melhores guitarristas do Brasil, segundo pesquisa da revista Roadie Crew, e para sabermos mais sobre sua carreira e seus planos, marcamos uma rápida entrevista com ele. Confiram!

Por Edson F. Melo

Raphael, recentemente, você ficou entre os dez melhores guitarristas do Brasil, segundo uma pesquisa realizada pela revista Roadie Crew, além de ser destaque na revista Guitar Player. O que isso representa para você?

Raphael Mattos: É uma coisa muito engraçada, porque todo ano eu costumava votar nesta eleição e agora eu pude votar em mim. Eu pensei que somente ia angariar um voto, ou seja o meu, mas brincadeiras a parte, fiquei muito lisonjeado por ter sido lembrado pelos fãs. Isso é sinal de que o meu trabalho está sendo recompensado e espero poder figurar outras vezes nesta lista que considero uma das mais importantes do segmento no país.

Uma pergunta que não quer calar, quando e como foi o momento em que você decidiu. “Quero ser guitarrista”, aquele momento em que você pegou uma guitarra na mão e disse “é isso que eu quero”?

Raphael Mattos: Na verdade, são vários os momentos em que tive vontade de aprender a tocar o instrumento. Aos 9 anos, ganhei um violão do meu tio, mas que não tinha todas as cordas. Então, comecei a fazer o que podia com ele e tirei alguns riffs, mas foi só. Foi somente aos 14 anos que ganhei uma guitarra de um amigo do meu pai e então minha mãe reconhecendo meu potencial resolveu me matricular em um conservatório musical. A partir daí eu nunca mais parei.

Qual foi o primeiro álbum que você ouviu e que firmou seu gosto pela guitarra, aquele que mudou sua vida para sempre?

Raphael Mattos: O primeiro mesmo eu não me recordo, porque escuto rock desde que nasci. Parece papo de jogador de futebol, mas meu pai e minha mãe sempre gostaram muito de rock então eles me influenciaram a apreciar o gênero. Mas o que mudou minha vida e fez eu me interessar por guitarra foi o Burn, do Deep Purple. Na verdade, foi graças ao show que eles fizeram em 74 chamado California Jam que meu pai tinha em vídeo e que o Blackmore dá um show a parte no final da Space Trucking. Foi este vídeo que me fez ir atrás do Burn.

Quais são suas influências musicais?

Raphael Mattos: Por incrível que pareça, Ritchie Blackmore não faz parte das minhas influências. Ele foi o principal motivo de eu começar a tocar, mas eu não segui muito seu jeito ou estilo. Eu parti para um lado mais Hard Heavy e um pouco mais virtuoso. Gosto muito do Andy Timmons (ex-Danger Danger), Nuno Bittencourt (Extreme), Matias Jabs (Scorpions), Randy Rhoads (Ozzy) e Dimebag Darrel (Pantera).

Recentemente pude ver uma apresentação da Shadowside, e lá ficou bem claro, seu lugar é nos tablados. Como é para você estar no palco, sentir a energia da multidão?

Raphael Mattos: Eu me sinto muito bem no palco. Desde a primeira vez que subi no palco, senti que era aquilo que eu queria pelo resto da minha vida. Acho estranho quando converso com alguns músicos e eles dizem que se pudessem ficariam somente em estúdio e longe dos palcos. Afinal, acho que todo mundo que começa a tocar algum instrumento é porque teve vontade de se apresentar, de sentir a platéia gratificada, gritando, curtindo e sentindo o poder da sua música.

Logo de cara quando você entrou na Shadowside, já teve de encarar shows e festivais pelos Estados Unidos. Como foi esse desafio?

Raphael Mattos: Foi o principal motivo de entrar na banda. Quando fui chamado e me disseram que teríamos um show nos EUA em algumas semanas, não pensei duas e aceitei o desafio. Tocar no exterior era um sonho que tinha desde criança. Eu lembro de ficar vendo os vídeos de shows de bandas como Deep Purple, Black Sabbath e The Who e ficava me imaginando fazendo turnês pelo mundo todo. Hoje o meu sonho é a minha realidade. Vivo o meu sonho e sou muito feliz e realizado por isso.

Falando sobre apresentações, como foram as apresentações pela Espanha?

Raphael Mattos: Foi incrível! Nesta última turnê pela Espanha pudemos comprovar que a nossa música está invadindo cada vez mais o Velho Continente e percebemos que estacamos ficando cada vez mais conhecidos por lá. A imprensa nos deu a devida importância e o público espanhol é tão apaixonado pela música quanto nós. A atitude é praticamente a mesma. Os caras agitam o show inteiro, gritam os mais diversos elogios à Dani (risos) e depois de comprar o seu CD ou a camiseta da banda, fazem questão de conversar com você, tirar foto, pegar autógrafo e tudo mais... Espero voltar logo, porque é um ótimo país e sempre nos divertimos muito.

Qual ou quais as músicas que te dá mais prazer, que você mais gosta de tocar nos shows?

Raphael Mattos: Gosto muito de tocar a Nation Hollow Mind, porque a gente costuma abrir os show com ela e é quando acontece o primeiro contato com o publico. É quando você sente se você vai ter eles nas mãos ou vai ter que conquista-los. Outra preferida é a Baby In The Dark, pois gosto de tocar os riffs e os solos dela. É talvez a música que tenha meu solo favorito.

Joe Satriani, foi o “mestre” das seis cordas, o professor de vários guitarristas famosos ao redor do mundo como: Alex Skolnick, Kirk Hammet e Steve Vai. Se você pudesse ter tido um professor desse porte, quem você apontaria? Quem seria esse mestre das seis cordas para você?

Raphael Mattos: Falar de um só é complicado. Eu acho que eu aprenderia um pouco de blues com Steve Ray Vaughan, de rock com o Van Halen e de Metal com o Dimebag.

Antes da Shadowside, você já havia tocado em alguma outra banda?

Raphael Mattos: Eu ainda tenho minhas bandas de covers, que são o meu passatempo quando não estou na estrada com a Shadowside. Faço Pantera (Dente Preto), Scorpions(Scorpions Cover Brasil), Audioslave e Soundgarden (Soundslave). Tenho também um Nevermore (Born) e um Judas (The Ripper) que estão parados. Eu toquei numa banda de Heavy Melódico chamada Dreamland, que chegou a gravar um disco, mas que nunca foi lançado e o Kvork, que era uma banda de Prog Metal, mas que acabou, porque o vocalista foi morar na Inglaterra.

Você tem algum plano ou projeto para o futuro? Quais são?

Raphael Mattos: Tenho sim, mas somente depois de gravar o terceiro álbum da Shadowside. Minha prioridade no momento é focar nas novas composições da banda. Provavelmente, grave algo do Kvork, pois o material era realmente muito bom e grave algo totalmente diferente do que faço hoje na Shadowside.

Existe algum país em que você sonha conquistar os palcos?

Raphael Mattos: Claro todos os outros que eu não fui ainda, mas principalmente os países escandinavos. Afinal, a melhor safra de bandas novas são oriundas de lá e se conquistarmos esse publico simplesmente iremos ratificar que estamos indo muito bem.

Raphael para finalizar, mande um recado aos fãs e leitores.

Raphael Mattos: Muito obrigado aos fãs da Shadowside por todo apoio ao nosso trabalho. Se hoje somos uma banda forte é por causa da atenção dessas pessoas. Agradeço também a vocês pelo espaço e por manterem o Rock e o Metal vivo. Espero um dia conhecer todos na estrada. Confiram o nosso novo videoclipe em Keep On Rocking!

Mais uma vez gostaria de agradecer pela entrevista, muito obrigado e boa sorte.


Maiores Informações:

www.shadowside.ws
www.myspace.com/shadowsideband

Fonte: Heavy'Olution Metal
http://heavyolution-metal.blogspot.com/
http://www.myspace.com/heavyolution






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