X Extreme Metal Fest – Carioca Club – São Paulo/SP
Sáb., 10 de dezembro de 2011
Por Regina K. Toma
De outubro para cá, três grandes ícones do black metal mundial passaram por essas terras: Immortal e Satyricon - ambas pela primeira vez no país e em apresentações únicas - e, fechando o ano de 2011, Dark Funeral. Os reis suecos do black metal vêm de uma turnê pela América Latina – já passaram por México, Costa Rica, Equador, Colômbia e Venezuela, encerrando dia 14 de dezembro em Brasília/DF – e tocaram em São Paulo/SP, no último sábado, 10 de dezembro, para um Carioca Club atipicamente vazio.
Quando entrei na casa, por volta das 17 horas, a primeira banda de abertura, Anarkhon, já estava no palco finalizando sua apresentação. Para quem não conhece, Anarkhon é uma banda de death metal com temática splatter, de Guarulhos/SP, formada por Aron Romero (vocal/guitarra), William Craven (guitarra), Michel Yuzna (baixo) e Wellington Backer (bateria), que vem ganhando reconhecimento no meio underground.
Após um pequeno intervalo, a segunda banda de abertura, Hammurabi, deu início à sua apresentação para um público de aproximadamente cinquenta pessoas (!!!). Daniel Lucas (vocal/guitarra), Wesley Ribeiro (baixo) e Críslei Rodrigo (bateria) fizeram um set curto baseado em seu mais recente trabalho, The Extinction Root (2011), no qual mostraram seu thrash metal mineiro.
Com a pista um pouco mais cheia, foi a vez de a primeira atração internacional da tarde/noite entrar no palco. Durante algo em torno de 50 minutos, a banda irlandesa Gama Bomb agitou os presentes com um speed/thrash metal divertido e contagiante. Philly Byrne (vocal), Luke Graham e Domo Dixon (guitarras), Joe McGuigan (baixo) e Paul Caffrey (bateria) pareciam bem descontraídos, principalmente o vocalista, que interagia bastante com o público e pedia para que erguessem os “chifrinhos”, no que era prontamente atendido. Até mesmo uma pequena roda foi formada para que os headbangers pudessem extravasar sua energia.
Mas o que todos queriam mesmo ver era o “novo” Dark Funeral. Digo “novo” devido à mudanças em sua formação, que atualmente conta com Lord Ahriman e Chaq Mol (guitarras), Dominator (bateria), Zornheym (baixo) e Nachtgarm, na difícil condição de assumir o posto antes ocupado por Emperor Magus Caligula, de vocalista e frontman dessa grandiosa banda. Eram quase 19 horas quando a principal atração desse festival entrou em cena com Stigmata, do último álbum lançado em 2009, Angelus Exuro Pro Eternus. Essa música foi o início perfeito para o show pois cria um clima denso e obscuro, que ganhou maior ênfase com a iluminação azulada e fria do palco. Rapidamente emendaram 666 Voices Inside (Attera Totus Sanctus, 2005) fazendo a plateia soltar seus demônios internos. Ao final dessa música, Nachtgarm cumprimentou o público com um “Boa noite, São Paulo!” para logo começar Enriched By Evil, música mais antiga, de Vobiscum Satanas (1998), e Goddess Of Sodomy (Diabolis Interium, 2001). Praticamente unindo uma música à outra, e sem dar trégua aos pescoços dos presentes, tocaram The Arrival Of Satan’s Empire, também do Diabolis Interium, com muita precisão e rapidez. Misturando músicas do início da carreira, como Open The Gates, e do último trabalho lançado, como The Birth Of The Vampiir, o Dark Funeral apresentou um repertório que incluiu toda a sua carreira. Clássicos como Atrum Regina (Attera Totus Sanctus, 2005) e The Secrets Of The Black Arts, do álbum homônimo de 1998, não ficaram de fora desse show. E que show! O baixista Zorheym – que devido aos seus longos cabelos loiros remete a um Vortex (ex-Dimmu Borgir) mais esquálido – movimenta-se bastante pelo palco, bem como o vocalista, que além de uma ótima presença possui um excelente vocal (e um puta fôlego!). E o que falar do baterista, então? Arregaçou! A iluminação também colaborou criando ótimos efeitos visuais e a plateia pode acompanhar em êxtase essa memorável apresentação. Após Shadows Over Transylvania (The Secrets Of The Black Arts, 1998), com passagens de bateria que beiram o hard rock (ok, serei execrada por esse comentário) e Heart Of Ice (Diabolis Interium, 2001), a banda retirou-se do palco para um breve intervalo, retornando em seguida para o bis com The Secrets Of The Black Arts, Hail Murder (Diabolis Interium, 2001) e a derradeira My Funeral (Angelus Exuro Pro Eternus, 2009). Para nossa sorte, porém, o Dark Funeral resolveu no presentear com mais uma música, An Apprentice Of Satan (Teach Children To Worship Satan, 2000 - Diabolis Interium, 2001), encerrando, após uma hora e meia de um blasfêmico black metal, o que para mim foi o melhor show de 2011. A banda saiu muito ovacionada do palco e, após fecharem as cortinas, Zornheym desceu para cumprimentar e tirar fotos com o público, ali permanecendo por vários minutos atendendo a todos.
Tanto os integrantes do Gama Bomb bem como os do Dark Funeral mostraram-se bastante solícitos após o término do show, distribuindo autógrafos, conversando e tirando fotos. Excluindo-se o fato de um ser ter atirado uma latinha de cerveja em Lord Ahriman “para chamar a atenção dele” (oi????) e do público escasso – aproximadamente um terço da capacidade do Carioca Club – foi um puta show que só quem viu sabe o que foi, pois é até difícil transpor em palavras esse espetáculo.
Agora é esperar 2012!
Setlist – Dark Funeral:
Stigmata
666 Voices Inside
Enriched By Evil
Goddess Of Sodomy
The Arrival Of Satan’s Empire
Open The Gates
The Birth Of The Vampiir
Atrum Regina
King Antichrist
Vobiscum Satanas
Shadows Over Transylvania
Heart Of Ice
Bis:
The Secrets Of The Black Arts
Hail Murder
My Funeral
Bônus:
An Apprentice Of Satan
*Agradecimentos ao Jim Jones & Truly Metal Rules Excursões.
Sáb., 10 de dezembro de 2011
Por Regina K. Toma
De outubro para cá, três grandes ícones do black metal mundial passaram por essas terras: Immortal e Satyricon - ambas pela primeira vez no país e em apresentações únicas - e, fechando o ano de 2011, Dark Funeral. Os reis suecos do black metal vêm de uma turnê pela América Latina – já passaram por México, Costa Rica, Equador, Colômbia e Venezuela, encerrando dia 14 de dezembro em Brasília/DF – e tocaram em São Paulo/SP, no último sábado, 10 de dezembro, para um Carioca Club atipicamente vazio.
Quando entrei na casa, por volta das 17 horas, a primeira banda de abertura, Anarkhon, já estava no palco finalizando sua apresentação. Para quem não conhece, Anarkhon é uma banda de death metal com temática splatter, de Guarulhos/SP, formada por Aron Romero (vocal/guitarra), William Craven (guitarra), Michel Yuzna (baixo) e Wellington Backer (bateria), que vem ganhando reconhecimento no meio underground.
Após um pequeno intervalo, a segunda banda de abertura, Hammurabi, deu início à sua apresentação para um público de aproximadamente cinquenta pessoas (!!!). Daniel Lucas (vocal/guitarra), Wesley Ribeiro (baixo) e Críslei Rodrigo (bateria) fizeram um set curto baseado em seu mais recente trabalho, The Extinction Root (2011), no qual mostraram seu thrash metal mineiro.
Com a pista um pouco mais cheia, foi a vez de a primeira atração internacional da tarde/noite entrar no palco. Durante algo em torno de 50 minutos, a banda irlandesa Gama Bomb agitou os presentes com um speed/thrash metal divertido e contagiante. Philly Byrne (vocal), Luke Graham e Domo Dixon (guitarras), Joe McGuigan (baixo) e Paul Caffrey (bateria) pareciam bem descontraídos, principalmente o vocalista, que interagia bastante com o público e pedia para que erguessem os “chifrinhos”, no que era prontamente atendido. Até mesmo uma pequena roda foi formada para que os headbangers pudessem extravasar sua energia.
Mas o que todos queriam mesmo ver era o “novo” Dark Funeral. Digo “novo” devido à mudanças em sua formação, que atualmente conta com Lord Ahriman e Chaq Mol (guitarras), Dominator (bateria), Zornheym (baixo) e Nachtgarm, na difícil condição de assumir o posto antes ocupado por Emperor Magus Caligula, de vocalista e frontman dessa grandiosa banda. Eram quase 19 horas quando a principal atração desse festival entrou em cena com Stigmata, do último álbum lançado em 2009, Angelus Exuro Pro Eternus. Essa música foi o início perfeito para o show pois cria um clima denso e obscuro, que ganhou maior ênfase com a iluminação azulada e fria do palco. Rapidamente emendaram 666 Voices Inside (Attera Totus Sanctus, 2005) fazendo a plateia soltar seus demônios internos. Ao final dessa música, Nachtgarm cumprimentou o público com um “Boa noite, São Paulo!” para logo começar Enriched By Evil, música mais antiga, de Vobiscum Satanas (1998), e Goddess Of Sodomy (Diabolis Interium, 2001). Praticamente unindo uma música à outra, e sem dar trégua aos pescoços dos presentes, tocaram The Arrival Of Satan’s Empire, também do Diabolis Interium, com muita precisão e rapidez. Misturando músicas do início da carreira, como Open The Gates, e do último trabalho lançado, como The Birth Of The Vampiir, o Dark Funeral apresentou um repertório que incluiu toda a sua carreira. Clássicos como Atrum Regina (Attera Totus Sanctus, 2005) e The Secrets Of The Black Arts, do álbum homônimo de 1998, não ficaram de fora desse show. E que show! O baixista Zorheym – que devido aos seus longos cabelos loiros remete a um Vortex (ex-Dimmu Borgir) mais esquálido – movimenta-se bastante pelo palco, bem como o vocalista, que além de uma ótima presença possui um excelente vocal (e um puta fôlego!). E o que falar do baterista, então? Arregaçou! A iluminação também colaborou criando ótimos efeitos visuais e a plateia pode acompanhar em êxtase essa memorável apresentação. Após Shadows Over Transylvania (The Secrets Of The Black Arts, 1998), com passagens de bateria que beiram o hard rock (ok, serei execrada por esse comentário) e Heart Of Ice (Diabolis Interium, 2001), a banda retirou-se do palco para um breve intervalo, retornando em seguida para o bis com The Secrets Of The Black Arts, Hail Murder (Diabolis Interium, 2001) e a derradeira My Funeral (Angelus Exuro Pro Eternus, 2009). Para nossa sorte, porém, o Dark Funeral resolveu no presentear com mais uma música, An Apprentice Of Satan (Teach Children To Worship Satan, 2000 - Diabolis Interium, 2001), encerrando, após uma hora e meia de um blasfêmico black metal, o que para mim foi o melhor show de 2011. A banda saiu muito ovacionada do palco e, após fecharem as cortinas, Zornheym desceu para cumprimentar e tirar fotos com o público, ali permanecendo por vários minutos atendendo a todos.
Tanto os integrantes do Gama Bomb bem como os do Dark Funeral mostraram-se bastante solícitos após o término do show, distribuindo autógrafos, conversando e tirando fotos. Excluindo-se o fato de um ser ter atirado uma latinha de cerveja em Lord Ahriman “para chamar a atenção dele” (oi????) e do público escasso – aproximadamente um terço da capacidade do Carioca Club – foi um puta show que só quem viu sabe o que foi, pois é até difícil transpor em palavras esse espetáculo.
Agora é esperar 2012!
Setlist – Dark Funeral:
Stigmata
666 Voices Inside
Enriched By Evil
Goddess Of Sodomy
The Arrival Of Satan’s Empire
Open The Gates
The Birth Of The Vampiir
Atrum Regina
King Antichrist
Vobiscum Satanas
Shadows Over Transylvania
Heart Of Ice
Bis:
The Secrets Of The Black Arts
Hail Murder
My Funeral
Bônus:
An Apprentice Of Satan
*Agradecimentos ao Jim Jones & Truly Metal Rules Excursões.